Os trabalhos que compõem esta exposição são imagens oriundas de meus encontros com a natureza, de viagens por áreas de preservação ambiental, matas e, em especial, os ninhos encontrados em meu jardim. Para isso, utilizo a xilogravura e a calcografia, cujos meios envolvem a gravação de matrizes e a impressão manual e com prensa específica.

A xilogravura de Biguás, ave que habita a região do México à América do Sul, foi realizada em uma visita a zona de pescadores na região de Pelotas/RS. Ao me deparar com estes inúmeros pássaros, fiquei encantada pela beleza do vôo e a capacidade de mergulhar em busca do peixe. A outra xilogravura remete a Cambará, município gaúcho em que vivenciei de maneira intensa a natureza, cujo nome também batiza uma espécie de árvore nativa do Brasil.

Já a série Ninhos foi produzida com matrizes de metal e surgem a partir de ninhos de pássaros abandonados em meu jardim que foram acolhidos em meu atelier. Porque ninhos? Ao observar um ninho, sempre fico encantada com a sua engenhosidade e perfeição com que o pássaro constrói a sua pequena morada, deixando a marca de um instinto que sempre se repete.

De certa maneira, são esses instantes efêmeros que tento gerar alguma permanência através das imagens de minhas gravuras (Lurdi Blauth, artista)