14/09/2024 - ESPAÇO CULTURAL
“Habitamos e também somos habitados pelos espaços.” Com essa reflexão, a artista define sua predileção poética. Ela pinta objetos observados em espaços domésticos, acrescenta elementos não existentes ou cria ambientes imaginados, compondo uma cena em ação, congelada pelo acaso dos acontecimentos. A exposição reúne trabalhos das séries Pinturas de casa, Objetos de casa e Botânica, além das paletas usadas nas respectivas produções.
Está tudo ali, os vestígios do habitar, as plantas, as coisas, a atmosfera da moradia, as sensações, o certo e o incerto. As cores vivas das telas salvam um momento suspenso, enquanto a perspectiva - um tanto sinuosa, relembra que até mesmo a vida cor de rosa carrega alguma imperfeição, sem que isso tire a beleza do todo. Para a artista, a concepção de casa não é constituída só pelo que é visível e palpável, mas também pela “dimensão emocional, depositada pelo ser humano na sua morada”. Na posição de observador, somos aquele que flagra a vida real que está disposta em pinceladas, fragmentos do tempo.
Se as coisas ficam ou vão com os infortúnios, o que importa é que retornamos para (re)construir os nossos cenários de vida. Independente de simbologias como status, condição cultural ou crenças, no percurso do aprender a ver e viver o mundo, estamos sempre voltando para dentro de nós mesmos, a nossa mais valiosa casa. (Viviane Possa, curadora)
Fonte: CARTÓRIO CASTELLAN